Quero chutar os problemas e falar um pouco de amor, das coisas boas que a vida me deu. Acordar cedo e respirar bem fundo, pra sentir a importância de poder estar vivo e enxergar o mundo, os pássaros e tudo que seja mais belo do que eu.
Descobrir a cada dia um novo cheiro, um novo gosto, uma nova cor, um novo som, um novo jeito de tratar as pessoas, descobrir uma nova vida todo dia, um novo dia toda vida. Quero uma felicidade que eu possa guardar só pra mim, sem precisar mostrar para os invejosos, sem fazer loucuras que por mais que eu não queira, são sintomas inevitáveis de alguém que se sente feliz.
Como por exemplo: Cantar... cantar... cantar... Repetir quantas vezes a garganta permitir, aquela parte daquela música que diz: “hoje eu vou tomar um porre, não me socorre que eu tô feliz”...
Sair sorrindo na capa de todos os jornais de domingo com os seguintes dizeres no rodapé: Ele é feliz. Invadir um hospício e libertar todos os loucos, mas antes dar uma plaquinha na mão de cada um com os seguintes dizeres: Somos loucos uns pelos outros...
Emparelhar meu dedo indicador ao nariz de um tenente do exército, rir bem alto da cara dele e antes de ser preso dizer pausadamente que sou feliz, ou sai lá, saltitar pela praça de alimentação de um shopping qualquer.
Encontrar um bêbado bem bêbado e deixar ele ainda mais bêbado, de modo que ele tome nojo da cachaça até a próxima encarnação.Só pra ouvir dele aquela conversa de bêbado que todos nós já ouvimos um dia: ### você é um cara bom, porque você é um cara feliz ###.
Talvez subir nas costas do Araribóia e passar o dia acenando para o Cristo Redentor, ah... essa é muito boa, pendurar o presidente da república na janela mais alta do palácio do planalto até ele prometer um mínimo que no mínimo dê para comprar o arroz e o feijão e quem sabe até uma dúzia de ovos, e depois dizer pra ele que mesmo que não cumpra sua promessa eu vou continuar sendo feliz... Com fome, mas feliz.
Jogar terra no sorvete das crianças mal criadas, botar o cachorro pra morder o carteiro, xingar minha vizinha, aquela velha miserável, por tudo que ela me fez o ano inteiro... mas que mesmo assim foi um ano feliz!
Tudo bem, não sou rico, não tenho carro, não tenho moto e nem casa própria.
Não sou play boy, nunca tive enxaqueca não me chamo Richardhy e nunca fui à Europa.
Sou pobre... Ando descalço, como churrasco, moro no morro, acordo cedinho, e sou cheio de manias, mas sou feliz!!!
Por encher um papel de palavras absurdas, e fazer poesia.
Thiago Sicuro
domingo, 29 de junho de 2008
Consciência e eu
Imagina só, um quarto espaçoso e uma cama redonda, dentro de uma casa tão confortável que parece ser nossa. Nós dois ali, sem termos o que dizer um para o outro, mas sabendo exatamente o que fazer. E a distância que nos separa ficando cada vez menor, cada metro desfeito em passos leves, sentindo a respiração oscilar, nunca para menos.
Olhando fixo, sem dizer absolutamente nada, só olhando, se aproximando com êxtase, desejando o que o corpo permitir de mais obsceno. Mapeando os centímetros num instante tão breve quanto aguardado, onde ascende-se um fogo escondido.
Nada pode invadir esse momento, nem mesmo um terremoto. Somos nós, somente nós, envolvidos por um olhar congelado que faz de agora uma eternidade. Somente nós e esse desejo que só cresce, que nos deixa trêmulo dos pés a cabeça, e rouba nossas vozes, sobrando gemidos apenas. Ruídos estranhos, tremores e nosso suor, frio.
Faço da ponta dos meus dedos meus olhos, e percorro cinco deles observando seu corpo, seus seios, sua cintura, suas coxas, enquanto com os outros cinco tento conter sua aflição, tampando sua boca e segurando seus cabelos, hora os puxando, hora os apertando de forma suave junto a sua nuca.
Agora me abrace, vamos sentir nossos cheiros... Entranha seu perfume em mim pra que nunca mais vá embora, pra que eu durma com você todos os dias da minha vida!
Meu Deus o que é isso? É pecado? Não, não pode ser! É algo puro que todos no mundo deviam conhecer, é a expressão de um corpo que sem opções, deseja outro como parte dele próprio.
Nossas bocas não aguardam sequer um segundo a mais, logo se abocanham, sobrepondo um beijo ardente e incontrolável. Um beijo que suga minha alma para fora, um beijo que nem parece ser um beijo, parece mais um abraço apertado, uma mistura de ansiedade e desespero que acabou dando certo.
Não faz isso... Sim, faça isso, faça de novo... Molhe bem a sua língua e venha conhecer mais de perto o meu corpo. Prenda bem a respiração e vaze lentamente todo ar nos meus ouvidos, faça do meu colo seu assento, dos meus ombros seu apoio e transforma essa vontade incontrolável numa noite insana e quase perfeita.
Porque somos apenas duas crianças, dois amantes do corpo alheio balançando as fantasias.
Querendo um espaço no mundo pra fazer o que tramamos, sentindo na boca o gosto quente de saliva, ouvindo uma musica doce ao fundo da nossa brincadeira, você descendo e eu subindo, você subindo e eu descendo, duas crianças em uma gangorra que range alto, um balanço de corda cumprida, que quando empurrado nos leva às alturas, sem friozinho na barriga, só tesão.
Imagina só!
Thiago Sicuro
Olhando fixo, sem dizer absolutamente nada, só olhando, se aproximando com êxtase, desejando o que o corpo permitir de mais obsceno. Mapeando os centímetros num instante tão breve quanto aguardado, onde ascende-se um fogo escondido.
Nada pode invadir esse momento, nem mesmo um terremoto. Somos nós, somente nós, envolvidos por um olhar congelado que faz de agora uma eternidade. Somente nós e esse desejo que só cresce, que nos deixa trêmulo dos pés a cabeça, e rouba nossas vozes, sobrando gemidos apenas. Ruídos estranhos, tremores e nosso suor, frio.
Faço da ponta dos meus dedos meus olhos, e percorro cinco deles observando seu corpo, seus seios, sua cintura, suas coxas, enquanto com os outros cinco tento conter sua aflição, tampando sua boca e segurando seus cabelos, hora os puxando, hora os apertando de forma suave junto a sua nuca.
Agora me abrace, vamos sentir nossos cheiros... Entranha seu perfume em mim pra que nunca mais vá embora, pra que eu durma com você todos os dias da minha vida!
Meu Deus o que é isso? É pecado? Não, não pode ser! É algo puro que todos no mundo deviam conhecer, é a expressão de um corpo que sem opções, deseja outro como parte dele próprio.
Nossas bocas não aguardam sequer um segundo a mais, logo se abocanham, sobrepondo um beijo ardente e incontrolável. Um beijo que suga minha alma para fora, um beijo que nem parece ser um beijo, parece mais um abraço apertado, uma mistura de ansiedade e desespero que acabou dando certo.
Não faz isso... Sim, faça isso, faça de novo... Molhe bem a sua língua e venha conhecer mais de perto o meu corpo. Prenda bem a respiração e vaze lentamente todo ar nos meus ouvidos, faça do meu colo seu assento, dos meus ombros seu apoio e transforma essa vontade incontrolável numa noite insana e quase perfeita.
Porque somos apenas duas crianças, dois amantes do corpo alheio balançando as fantasias.
Querendo um espaço no mundo pra fazer o que tramamos, sentindo na boca o gosto quente de saliva, ouvindo uma musica doce ao fundo da nossa brincadeira, você descendo e eu subindo, você subindo e eu descendo, duas crianças em uma gangorra que range alto, um balanço de corda cumprida, que quando empurrado nos leva às alturas, sem friozinho na barriga, só tesão.
Imagina só!
Thiago Sicuro
terça-feira, 6 de maio de 2008
O PERIGO DE CADA DIA


A velocidade não me fascina
Não mais do que meu próprio equilíbrio
Levo o perigo na minha rotina
Encaixado no crânio o meu melhor amigo.
Até onde o inevitável permitir
Segue-se a vida, na contra mão entre caminhos apertados
Entre os maiores do que eu até aqui sobrevivi
Calculando os centímetros mais disputados.
Sagrada é a minha necessidade
Que me protege dos mais imprudentes
A cada dia um ato de coragem
Um par de rodas para cada sobrevivente.
Thiago Sicuro
Não mais do que meu próprio equilíbrio
Levo o perigo na minha rotina
Encaixado no crânio o meu melhor amigo.
Até onde o inevitável permitir
Segue-se a vida, na contra mão entre caminhos apertados
Entre os maiores do que eu até aqui sobrevivi
Calculando os centímetros mais disputados.
Sagrada é a minha necessidade
Que me protege dos mais imprudentes
A cada dia um ato de coragem
Um par de rodas para cada sobrevivente.
Thiago Sicuro
quinta-feira, 1 de maio de 2008
BALA DE MEL
Autor (Thiago Sicuro)
Popular/Samba
Pela manhã, acordo bem cedo pra tomar café,
Subo no muro e olho a mulher,
Que por algum tempo já vem me encantando.
Todos os dias, eu passo por ela e ela olha pra mim,
Como ela consegue me deixar assim?
Ai meu Deus do céu acho que estou amando!
Vem cá baleiro, me dá uma bala de mel. (2x)
Quando olho pra essa mulher baleiro, me vejo à caminho do céu. (2x)
Quando vou a praça ,
Converso com um cara que é muito maneiro,
Ele vende bala, o cara é baleiro,
E me dá uns conselhos pra ficar com ela,
Ele me disse,
Não perca essa chance de ser o fiel,
Mas antes chupe esta bala de mel,
E depois vai correndo declarar pra ela o seu amor,
_Valeu baleiro!
Você é um cara maneiro e esperto,
Me deu um idéia e deu tudo certo,
Estou tão contente e amando demais.
_Que nada filho!
Você é pintoso e educadinho,
Só precisava de um empurrãozinho,
De amigo pra amigo é assim que se faz...
Vem cá baleiro, me dá uma bala de mel. (2x)
Quando olho pra essa mulher baleiro, me vejo à caminho do céu. (2x)
Popular/Samba
Pela manhã, acordo bem cedo pra tomar café,
Subo no muro e olho a mulher,
Que por algum tempo já vem me encantando.
Todos os dias, eu passo por ela e ela olha pra mim,
Como ela consegue me deixar assim?
Ai meu Deus do céu acho que estou amando!
Vem cá baleiro, me dá uma bala de mel. (2x)
Quando olho pra essa mulher baleiro, me vejo à caminho do céu. (2x)
Quando vou a praça ,
Converso com um cara que é muito maneiro,
Ele vende bala, o cara é baleiro,
E me dá uns conselhos pra ficar com ela,
Ele me disse,
Não perca essa chance de ser o fiel,
Mas antes chupe esta bala de mel,
E depois vai correndo declarar pra ela o seu amor,
_Valeu baleiro!
Você é um cara maneiro e esperto,
Me deu um idéia e deu tudo certo,
Estou tão contente e amando demais.
_Que nada filho!
Você é pintoso e educadinho,
Só precisava de um empurrãozinho,
De amigo pra amigo é assim que se faz...
Vem cá baleiro, me dá uma bala de mel. (2x)
Quando olho pra essa mulher baleiro, me vejo à caminho do céu. (2x)
SUICÍDIO

Esta noite me joguei de um abismo
O vento frio assoviava e me rachava a face ao meio
Vaguei no breu do desespero
E no meu grito ressoava o som da magoa que ninguém Podia ouvir.
Pois no meio do caminho eu me arrependi...
Me joguei de um abismo
Troquei viver por uma noite triste
Tive medo de adiar a morte sem ter mais o que esperar
Me retorci no ar buscando retornar ao mundo em que Cresci.
No meio do caminho eu me arrependi...
Esta noite me joguei de um abismo
Sem pensar nos filhos que eu teria
Sem pensar na paz que nasceria
Depois só queria voar de volta e me perdoar.
Porque no meio do caminho eu me arrependi...
Me joguei de um abismo
E agora aqui estou
De alma pobre e sem corpo
Vendo a mim mesmo sem espelho a frente.
E agora aqui estou
Percebendo amargamente
Que não há razão maior que o encanto pela vida
Que o abismo era só um abismo
E que a vida já era...
Bem no meio do caminho eu me arrependi
E a vida já era.
Thiago Sicuro
O vento frio assoviava e me rachava a face ao meio
Vaguei no breu do desespero
E no meu grito ressoava o som da magoa que ninguém Podia ouvir.
Pois no meio do caminho eu me arrependi...
Me joguei de um abismo
Troquei viver por uma noite triste
Tive medo de adiar a morte sem ter mais o que esperar
Me retorci no ar buscando retornar ao mundo em que Cresci.
No meio do caminho eu me arrependi...
Esta noite me joguei de um abismo
Sem pensar nos filhos que eu teria
Sem pensar na paz que nasceria
Depois só queria voar de volta e me perdoar.
Porque no meio do caminho eu me arrependi...
Me joguei de um abismo
E agora aqui estou
De alma pobre e sem corpo
Vendo a mim mesmo sem espelho a frente.
E agora aqui estou
Percebendo amargamente
Que não há razão maior que o encanto pela vida
Que o abismo era só um abismo
E que a vida já era...
Bem no meio do caminho eu me arrependi
E a vida já era.
Thiago Sicuro
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